E Se a Realidade Que Vives Fosse Apenas Uma História Bem Contada?

Todos nós vivemos rodeados por histórias: as que nos contaram, as que repetimos e, muitas vezes, as que nunca tivemos coragem de questionar. Mas… e se aquilo que chamas de “realidade” for apenas uma construção? Uma narrativa tão bem contada que o teu cérebro, o teu corpo e até a tua alma acreditam nela como verdade absoluta?

A Neurociência já demonstrou que o cérebro humano não diferencia completamente entre o que é real e o que é imaginado. Se pensares num momento traumático ou num desejo intenso, as mesmas áreas do cérebro são ativadas como se estivesses, de facto, a viver esse acontecimento agora.

Ou seja: o teu sistema nervoso reage mais à interpretação do que à situação em si.
A realidade, portanto, não é aquilo que acontece… mas sim o que acreditas que está a acontecer.

Esta ideia não é nova. Platão, na sua famosa Alegoria da Caverna, descreveu seres que viviam acorrentados, vendo apenas sombras projetadas na parede, sem saber que havia um mundo real para além da caverna. A maioria preferia continuar nas sombras — afinal, era mais confortável do que enfrentar a luz da verdade.

Em Matrix, o icónico filme dos irmãos Wachowski, atualiza-se esta metáfora: Neo descobre que vive dentro de uma simulação. A ele é oferecida a escolha: continuar a viver uma mentira confortável (pílula azul) ou despertar para a realidade crua e libertadora (pílula vermelha).

Soa familiar?

Quantas vezes continuamos a seguir o guião que nos deram, mesmo quando sabemos, lá no fundo, que já não nos serve?

Quantas vezes escolhemos a “pílula azul” no nosso dia a dia?
Quantas vezes continuamos a viver no automático, presos a crenças e padrões que não nos pertencem?

Sêneca, um dos grandes nomes do estoicismo, ensinava que não temos controlo sobre o que acontece fora de nós, mas temos total responsabilidade sobre como escolhemos interpretar esses acontecimentos. Segundo ele, o sofrimento vem não do que acontece, mas do significado que atribuímos ao que acontece.

A verdadeira liberdade não está no mundo externo, mas na forma como vemos o mundo.

Assim, os estoicos foram pioneiros em afirmar que a realidade é moldada pela mente — antecipando aquilo que hoje a neurociência comprova.

E as Terapias? Onde Entram Nisto?

As terapias integrativas — como o Coaching Sistémico, PNL, Access Consciousness, Aromaterapia ou os Florais — ajudam precisamente a identificar e ressignificar essas histórias que o inconsciente repete em loop.

Quantas vezes um comportamento sabotador, um padrão relacional, ou uma sensação de vazio constante, têm origem numa crença antiga, herdada ou criada num momento de dor?

Por lealdade, medo ou hábito, seguimos histórias que não são nossas.
Mas quando trazemos essas dinâmicas à luz da consciência, criamos espaço para escolher.
Para criar novas possibilidades.
Para viver, e não apenas sobreviver.

Essas ferramentas terapêuticas funcionam como desprogramadores de Matrix.
Permitem-te sair do piloto automático, observar o que não vias, libertar o que não é teu — e escrever um novo guião com base na consciência e não na repetição.

A Pergunta Fica no Ar…

E Tu, Que Realidade Estás a Viver?

E se a tua vida atual for apenas uma narrativa bem escrita… mas desatualizada?
E se continuas a representar um papel que já não faz sentido para quem és hoje?
E se tiveres, agora mesmo, a hipótese de escolher a tua própria “pílula vermelha” — e acordar?

Este artigo não é apenas uma reflexão filosófica ou científica. É um convite.

Um convite a questionares o que tens aceitado como “real”.

A perceberes se estás a viver segundo o teu guião interior ou a repetir narrativas antigas.

Porque no fim, entre realidade e ficção…
és tu quem escreve o guião.

Em Amor e Carinho

Paula Francisco